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quinta-feira, 10 de junho de 2010

daqui para lá

Já não me sinto tão sensível. No entanto, quando assisto tv tenho que estar sozinha, qualquer vacilo meu nariz espirra para dentro e tenta chorar. Sinto como se fosse um grito da minha alma, muito bem preso por um dono doido que saiu sem deixar as chaves: o amor!

Seguro firme o sapo que continua entalado, chego a ter vergonha de mim mesma pela malvada vontade de chorar, mas o sopro parece tão forte, que poderia ser vontade de morrer de rir, gargalhar. Não sei quando isso vai me deixar, mas as sensações da vida são assim: ora sorrimos bobamente pela realidade acontecida, ora sentimos sem acontecer.

Eu queria falar tanta coisa, mas descobri que a Internet é a mais violente forma de comunicação. Porque com ela as pessoas fazem o que bem entendem, fingem não escutar, vivem normalmente sem serem esganadas ou sem mostrar o real lado onde vivem, ou ainda vivem estórias de amor improváveis e ilusórias. A Internet tem me trazido bons frutos, mas alguns é como na vida: tristes de comentar. Mas aqui sou eu, mais uma voz, mais uma escritora, mais alguém como na vida, vivendo a virtualidade intensamente.

Lembrando das chaves do amor, elas devem voltar logo, assim para mim e para todos que a possuem. Eu acho que elas abrem o caminho como nas gerações antigas, quando davam o tempo ao desligarem a tv para os telespectadores viverem um pouco mais. É bom começar a desligar o perfil da interatividade (que amo) e ter um relacionamento de olhares, energia de pensamento, relances das mãos, temperatura dos trejeitos atípicos que são vistos em uma pessoa só, em cada uma.

5 comentários:

  1. Vc tem razão, Vanessa.
    Da vida queremos sempre muito, não-pouco, mas na internet muitos vivem a ilusão de não-ser. Isto eu acho pior. Nada como um olho-no-olho da realidade para costurarmos palavras que ficaram por ser inventadas, ou por dizer.
    Um bj,
    Carlos Eduardo
    veredaspulsionais.blogspot.com

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  2. Desejo a você...
    Fruto do mato
    Cheiro de jardim
    Namoro no portão
    Domingo sem chuva
    Segunda sem mau humor
    Sábado com seu amor
    Filme do Carlitos
    Chope com amigos
    Crônica de Rubem Braga
    Viver sem inimigos
    Filme antigo na TV
    Ter uma pessoa especial
    E que ela goste de você
    Música de Tom com letra de Chico
    Frango caipira em pensão do interior
    Ouvir uma palavra amável
    Ter uma surpresa agradável
    Ver a Banda passar
    Noite de lua Cheia
    Rever uma velha amizade
    Ter fé em Deus
    Não ter que ouvir a palavra não
    Nem nunca, nem jamais e adeus.
    Rir como criança
    Ouvir canto de passarinho
    Sarar de resfriado
    Escrever um poema de Amor
    Que nunca será rasgado
    Formar um par ideal
    Tomar banho de cachoeira
    Pegar um bronzeado legal
    Aprender uma nova canção
    Esperar alguém na estação
    Queijo com goiabada
    Pôr-do-Sol na roça
    Uma festa
    Um violão
    Uma seresta
    Recordar um amor antigo
    Ter um ombro sempre amigo
    Bater palmas de alegria
    Uma tarde amena
    Calçar um velho chinelo
    Sentar numa velha poltrona
    Tocar violão para alguém
    Ouvir a chuva no telhado
    Vinho branco
    Bolero de Ravel...
    E muito carinho meu.

    Autor: (Carlos Drummond de Andrade)

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  3. Vanessa,
    Que desabafo bom. Assino em baixo, também em suspenso no amor, mas totalmente aberto a ele.
    Acho que as decepções que vêm do virtual são as mesmas que vêm do real, pessoal, tangível. As pessoas são as mesmas. Há o bom e o ruim em tudo, em toda parte, em toda gente, até.
    O virtual, pra mim, é uma ponte pro real e uma maneira de ter contato com pessoas fantásticas que talvez eu não tivesse a oportunidade de conhecer.
    Falei há pouco no meu blog sobre o aquecimento global (depois leia) e lá digo que as pessoas se esbarram, mas não se tocam. Estava falando do real, não do virtual. Daí fica a interrogação que teima em flutuar: há diferença? As pessoas são mesmo as mesmas. Há de se ter um filtro, que é sempre útil, ou uma peneira, mas tanto aqui quanto no que te toca.
    Beijo grande, poeta paulista.
    Ivan.

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  4. Caminhos Cruzados
    Tom Jobim
    Composição: Tom Jobim / Newton Mendonça
    Quando um coração que está cansado de sofrer,
    Encontra um coração também cansado de sofrer,
    É tempo de se pensar,
    Que o amor pode de repente chegar.

    Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
    E esse outro alguém não entender,
    Deixa esse novo amor chegar,
    Mesmo que depois seja imprescindível chorar.

    Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
    Nas coisas do amor que ninguém pode explicar!
    Vem, nós dois vamos tentar...
    Só um novo amor pode a saudade apagar

    ------------------------------------------------

    O Amor Vem Pra Cada Um
    Zizi Possi (versão de musica do George Harrison "Loves come to everyone"

    Seu coração tem algo que nunca muda
    Mais que também não envelhece nunca -- seu coração
    Vá e entre por aquela porta ali
    Não tem caminho fácil não
    é só dar um tempo que amor vem pra cada um
    fique feliz na boa e tudo vem
    mas nunca chove sem molhar
    é só dar um tempo que amor chega até você
    Seu coração tem algo que nunca muda
    mais que também não envelhece nunca -- seu coração
    sério eu vejo tudo melhorar
    lá é só bater na porta e abrir
    bem que eu disse pra você
    que o amor vem pra cada um

    Fique feliz na boa e tudo vem
    mas nunca chove sem molhar
    é só dar um tempo que amor chega até você
    Seu coração tem algo que nunca muda
    mais que também não envelhece nunca -- seu coração
    sério eu vejo tudo melhorar
    lá é só bater na porta e abrir
    bem que eu disse pra você
    que o amor vem pra cada um

    ...o amor chega até você...
    ...o amor vem pra cada um...

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  5. É assim mesmo. O virtual não chega onde queremos, e isso frustra.
    Mas muitas vezes chega onde não prevíamos e toca pessoas que, do contrário, não poderiam fazer das suas palavras, parte da vida deles.
    A internet vai levar seu riso e seu choro pra muita gente, quem sabe um dia ela traz até você, alguém pra fazer rir mais e pra chorar junto quando for preciso...

    Beijo. Keep going.

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