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terça-feira, 29 de junho de 2010

FLIP 2009: Refúgios da Caçandoca




Uma sexta-feira fria espreguiça-se e não prevê afabilidade do litoral. No entanto, a turma de viajantes de São Paulo sai em direção aos recorrentes dois dias de folga, ao passeio cultural pela FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty-RJ). Os viajantes são convidados para pousar em uma casa de amigo, em Maranduba — Ubatuba-SP. Ao lado da casa do dono ficam o barulho e as águas da cachoeira, formando uma piscina transparente.

O vizinho diz que as águas das corredeiras — com pelo menos dois metros de profundidade — estão quase secas: “Dez anos atrás não dava para ver aquelas pedras lá no fundo. O homem está destruindo, o que já sabemos”. A água vem direto da nascente, sua transparência é atraente e sua temperatura não. Extremamente gelada. Na trilha, de volta, as visitas saltitam com a energia da natureza.

O
Centro Histórico de Paraty recepcionou — do dia um ao dia cinco de julho de 2009 — artistas cantores, artistas poetas, artistas malabaristas do Brasil, e até mesmo aqueles que vivem sempre ali com os deliciosos doces da arte da cozinha. O clima romântico e cultural foi realçado pela iluminação amarelada sem fios aparentes, com a caminhada cuidadosa pelas ruas de pedras, pelo colorido das vitrines e atendentes das lojas de artesanatos e de moda. Alguns restaurantes resgataram a luz de velas. Vinte e cinco mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, aguçaram os sentidos, atentos, para o cenário do evento: a paisagem do Monumento Histórico Nacional.

Domingo, último dia de passeio e de
Flip, o solzinho do sábado ficou ainda mais tímido, e o sono vindo da noite dos bares foi longe demais. O café da manhã foi pela hora do almoço e o passeio escolhido ficou pela praia, em Maranduba: a Praia da Caçandoca. Um edredom foi estendido na areia com uma almofada, cada um foi massageado beira-mar. Antes disso, as folhas e os galhos secos foram para dentro da areia, protegidos do vento, e depois da determinação uma labareda grande conseguiu se levantar. Com o calor do fogo, da massagem, da juventude e de um bom final de semana, fiquei no frio cultivando a fogueira olhando para os outros, corajosos, que se divertiam na água do mar. 





Um comentário:

  1. Oi, Vanessa.
    Do todo desta postagem, vou me permitir em me ater a uma única parte: a final, sem desmerecer o resto.
    A foto dos pés em primeiro plano servindo de moldura para a paisagem do mar e dos morros ficou simplesmente p e r f e i t a!
    O todo ficou ótimo, mas esta foto eu adorei e até inspira.
    Beijo grande,

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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