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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Toda chuva tem pingo que o hipócrita não vê

Nesses árduos dias, aprendi, pensei muito. Esse mal intencionado me fez o bem de mudar panoramas. Quero viver o máximo em todos os momentos, fazer minhas vontades, agora. Dividir e ajudar sim, mas sem me privar de nada. O crescimento pessoal é o que nos leva a um crescimento comunitário, o tal ditado do grão em grão... Se o meu grão for bem cuidado, quem sabe seja melhor do que ficar dando peixes por ai sem ensinar a pescar. E qual seria a forma de melhorar o mundo, melhorar o espírito das pessoas, e o nosso mesmo? Porque por ai tudo está camuflado e ficou fácil ser qualquer coisa, basta falar, que acreditam; basta encostar no branco que vira parede. A dignidade, honestidade, idade, uma pessoa já parece valer o que está na boca do outro; ela vale o que pensa que vale, nada mais importa do que o próprio coração e bem-estar.

Com 13 anos eu pensava ser adulta, estava madura mesmo, eu lembro, lembro que pensava com a razão e me fechava no quarto para sentir e escrever a emoção. Lembro que aconselhava até o mais velho, por ter observado as vidas no passar dos dias ao invés de brincar. E nas primeiras decepções, resolvi me abrir para sentir de verdade, em vez de falar que já sabia e passar sem perceber. Entreguei-me à vida, e por mais velha seja a face, uma criança aprende dentro de mim; ao passar por aquilo que sempre ouvi, mas ainda não havia passado. E não adianta falar, que só mesmo quem vive... já sabemos. Mas quando aperta a pele ou a alma, dói, mesmo que já soubesse que é normal. É normal alguém mentir, enganar, fazer o mal querendo fazê-lo, passar a perna no outro. É normal, falar mal, fofocar, ridicularizar. É normal sofrer e superar. E como termina? Não termina.

Mas para que repetimos os mesmos acontecimentos, gerações após gerações. Por que temos que passar por isso? Qual é o sentido? Não parece contos de fadas, parece que existe uma evolução querendo dizer algo. Ninguém entende. Principalmente aquele que não tenta, sequer, melhorar. Resolvi que as fadas se basearam na vida; antes de tornar fantasia nossos desejos, tudo era realidade. Então a fantasia é roupa, é realidade, não é carnaval.

Resolvi, que sentirei, se possível sempre, aquela emoção e sensação que não se consegue explicar. Aquela emoção do mergulhador que dá comida aos tubarões. Ele faz aquilo por entrar no mundo dele que estava esquecido, ele encontrou pelo portal. Essa emoção que ele mostra com as mãos sem conseguir dizer, essa eu posso sentir, todos podem, acreditando que os sonhos podem ser hoje e que as decepções podem ser portais para enxergar os verdadeiros sonhos. Não me importo com o acontecer de depois, que vira em todos os segundos, me importo apenas em deixar de ver personagens que considero importante. Porém, a vida nos ensina, nos acolhe, está aí para sermos tudo, até poder provar sem dizer nenhuma palavra. Até o pensamento perceber que nem doeu tanto assim.

Que os corações perdidos e mal intencionados percebam os pingos da chuva, percebam o conjunto. Senão, entram num portal ao contrário e vêem no espelho o oposto do que se é. A reversão do estomago causa aversão nas pessoas, nada tem hora para virar, a não ser o próximo segundo. O lado hipócrita tem que ser melhorado por conta própria, antes de se comer.

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