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terça-feira, 22 de abril de 2008

A clareza da súplica menina por um sabor verdadeiro



Afortunada a idéia de questionar o destino ao sumiço do amigo encantador.
Recebi como respostas palavras de notícias, de saudades, de amor.
Resolvi escutar no resgate da ternura todos os lamentos da distância.
E as lembranças cantadas sobre uma história que descobri ser minha infância.

Mergulhei naquele cheiro e sol que rodeavam as tardes de bicicleta.
Eu já não portava mais aquele meu sorriso sonhador e preguiça inquieta. O bairro já não descrevia os amigos e não acenava às risadas no quintal.
O grito do tumulto, do adulto era por uma quentura solitária de domingo de jornal.

O verbete não aceitava sentir mais ao saber mais, aceitava a vida que não percebia.
Diante da janela se pensava no jantar e nas pizzas e não em quem as comia.
A populosa cozinha se enchia de azeitonas sem cara na dieta da soda.
Era estranha a falta de alguém que não dizia o gosto do morango que não engorda.

O vazio era doloroso e apático sem dizer o que se passava, espremia uma gota alagada.
A promessa e o batom eram preciosos gestos que pediam mesmo era um abraço da vida.
O aparecido devia estar cego, chegou e me enxergou beleza na tristeza dos olhos cansados.
Vinha ouvir o grito crespo de ousadia tardia, vinha dar cor aos prantos do caos causado.

Safado amado que se confundia entre amor e alegria numa família apaixonada.
Não se porta na indefinição dos sentimentos dos sentidos das mulheres preocupadas.
Meninas choram nas cenas que não tem beijo, beijam meninos que choram ou que não.
Elas caminham aos lados amigos, soldados, apreciados como alma forte que não dão.

Entre milhões de pepitas de olhares maldosos, um diz decoração sentida na alma feminina.
Que busca o abraço da fervura, talvez o segredo do salto da sobrancelha genuína.
Um sorriso sem motivos é próprio na expressão que não se assemelha no peso da idade.
Ele diz o eterno, diz o amor, o sorriso que ri sem dor e se joga nas bocas da felicidade.

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